Em mensagem para o Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor, celebrado no domingo (23), a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova, alertou para a necessidade de tornar conhecimentos disponíveis para pessoas com deficiência visual e com dificuldades de aprendizado. No mundo, 39 milhões de indivíduos não podem ver e outros 246 milhões têm uma visão muito reduzida.
Essas ‘pessoas com deficiência visual’, ou ‘pessoas com deficiência de escrever e digitar’, conseguem acessar por volta de 10% de toda a informação escrita e obras literárias que as pessoas com visão podem ler, alertou a chefe da agência da ONU.
Bokova lembrou ainda que livros mal projetados ou inacessíveis também limitam a leitura e a compreensão das pessoas com deficiência de aprendizagem. De acordo com a Associação Internacional de Dislexia, de 3% a 5% da população escolar necessita de instalações e apoio especiais.
Diz-se que a forma como uma sociedade trata seus membros mais vulneráveis é uma medida de sua humanidade. Quando nós aplicamos essa medida à disponibilidade de livros para as pessoas com deficiência visual e para aquelas com deficiências físicas ou de aprendizagem, com diferentes causas, somos confrontados com o que somente pode ser descrito como uma ‘fome de livros', disse a dirigente.
Afirmando que a data global é uma oportunidade para promover o pluralismo e a igualdade, a chefe da UNESCO chamou os Estados-membros a celebrar os livros como o desejo de compartilhar ideias e conhecimento, para inspirar a compreensão, a tolerância e as sociedades inclusivas.
Em 2017, a agência das Nações Unidas declarou Conacri, na Guiné, como a Capital Mundial do Livro de 2017, em reconhecimento ao seu programa para promover a leitura entre os jovens e as camadas mais desfavorecidas da população.