PNAD 2022 revela dificuldades de acesso de pessoas com deficiência à educação e ao mercado de trabalho
Assessora técnica Ivone Maggioni Fiore aponta as desigualdades existentes no país e a importância dos dados na elaboração de políticas públicas para o processo de fortalecimento da inclusão
Segundo Ivone, os dados apresentados durante o seminário revelaram situações preocupantes no que diz respeito ao acesso à educação e ao mercado de trabalho para pessoas com deficiência. “De acordo com a PNAD, crianças e adolescentes com deficiência de nosso país enfrentam maiores dificuldades em alcançar níveis adequados de escolaridade, acumulando atrasos em relação aos anos de vida. Além disso, foi identificado um percentual significativo de abandono da frequência escolar”, ressalta.
Outro dado alarmante é o índice de analfabetismo entre as pessoas com deficiência em comparação com aquelas sem deficiência. A taxa de analfabetismo para as pessoas com deficiência foi de 19,5%, enquanto entre as pessoas sem deficiência representa 4,1%. “Isso indica a necessidade de medidas efetivas para garantir o acesso dessas pessoas à educação de qualidade”, frisa a assessora.
Quanto ao mercado de trabalho, a pesquisa revelou que 10% da população com deficiência no Brasil, o equivalente a 17,5 milhões de pessoas, está em idade de trabalhar. No entanto, há disparidades de gênero significativas nesse aspecto.
“Os homens com deficiência têm uma taxa de participação na força de trabalho 10% maior que as mulheres com deficiência. Além disso, há uma diferença de 41% na ocupação entre homens com e sem deficiência, enquanto essa diferença é de 31,9% entre mulheres com e sem deficiência. Vale ressaltar que, mesmo ocupando as mesmas funções, as pessoas com deficiência recebem menor remuneração, sendo que homens com deficiência têm rendimentos financeiros consideravelmente maiores do que mulheres com deficiência”, salienta Ivone.
Diante desses resultados, a assessora técnica de Assistência Social da Fenapaes destaca a importância dos dados da PNAD na formulação de políticas públicas.
“É fundamental que essas informações sejam utilizadas na elaboração e avaliação de novos serviços, programas e projetos voltados às pessoas com deficiência e suas famílias. Somente por meio de ações focadas e inclusivas, baseadas em responsabilidade social, conseguiremos quebrar barreiras e garantir uma sociedade mais justa e igualitária”, finaliza.